Grande Trail Serra d’Arga 2015

Domingo estive no Grande Trail Serra d’Arga.

Segundo o meu planeamento para 2015 (definido em Novembro de 2014), esta deveria ser a última ultra da época, já em ritmo de passeio e para desfrutar o ambiente. Era esse o meu plano mas o destino quis trocar-me as voltas.

Uma entorse e o consequente abandono na Mitic Andorra Ultra Trail, deitou abaixo o meu objectivo de completar três ultras de três dígitos no ano de 2015. MIUT, MITIC e UTCAM eram os objectivos, e o azar no MITIC “ia” deitando tudo a perder. E agora digo “ia”, porque mais tarde decidi tentar completar o objectivo a que me propus para 2015, tentando finalizar o UTAX.

Os planos são feitos para se mudar, mas quando se tenta planear e preparar uma época de corridas penso que o útil será alterar o menos possível, para que o desempenho possa corresponder ao treino e objectivos definidos inicialmente e, o também esforço logístico tenha o menor impacto na vida pessoal.

Dito isto, Domingo estive no Grande Trail Serra d’Arga.

O Nuno bom queria fazer uma prova em ritmo treino, descansado e sem grande stresses, como último treino longo entre o UTCAM e o UTAX. O Nuno mau, por seu lado, queria fazer uma corrida mais rápida, onde no limite não fizesse pior tempo que na prova do ano passado. Foi assim que comecei a corrida, com esta dicotomia de pensamento.

Soou a partida com a última badalada das 8h00 no sino da Igreja de Dem, e lá fui eu com o restante pelotão lançados à Serra d’Arga.

Confesso que já não tinha grandes memórias do percurso, tinha uma ideia das subidas e descidas, mas já me lembrava de onde exactamente estava o quê. Mas, com o início de cada troço, a prova do ano passado ia-se reavivando na memória e ia-me relembrando de cada momento que vivi em 2014. Subi assim o primeiro troço. O Sr. Ribeiro andava por lá a puxar por atletas e gozava comigo por constatar que ia fazer a prova grande, em vez de recuperar depois do UTCAM. Fui pensando nisso, enquanto o Nuno mau fazia com que puxasse mais um pouco. O ritmo estava razoável mas ia a perder algum tempo face a 2014. A subir não havia problema, mas a descer, num percurso que apela ao ritmo forte e à velocidade, ia a perder algum tempo. Com os problemas que ocorreram no tornozelo esta época, começa agora a reaparecer a confiança para “colocar o pé” e correr sem medo, mas esta ainda não está restabelecida a 100%. O Nuno bom queria acalmar e relaxar um pouco, mas o Nuno mau não o permitia, e foi assim a controlar o relógio que fiz as subidas e descidas até à subida do quilómetro vertical, que subi já com algum cansaço mas sem dificuldade.

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Chegado lá acima, Km 28, aproveitei para refrescar o chapéu e a cabeça que o calor que se fazia sentir era muito. Ia a perder cerca de 20 minutos para 2014 e recomecei a correr rumo a São Gonçalo de Montaria. Seriam 5 Km planos e a descer até lá até que os quadricípites começaram a reclamar do esforço que ia a fazer até ali. Momentos de “porrada” entre o Nuno bom e o Nuno mau. Um queria abrandar e seguir confortável, outro queria continuar no mesmo ritmo… Paragem para reflectir, ouvir o corpo e não dei razão nem a um nem a outro, decidi seguir calmamente até São Gonçalo de Montaria e ficar por ali aos 33 Km, afinal o objectivo do ano ainda está por cumprir e só faltam 3 semanas para o UTAX.

Nunca fico satisfeito quando tenho de encurtar ou abandonar um objectivo, mas a recuperação do UTCAM não foi tão rápida quanto o previa e há que ter a consciência de que não somos imortais. Ficou feito o Grande Trail da Serra d’Arga, desta vez em prova curta de 33Km. A prova em si continua bem organizada e a corresponder ao anunciado, apanágio das provas do Carlos Sá. Foi uma grande festa do Trail e quem não conhece esta prova não perca a edição de 2016.

Continuação de bons treinos e de boas provas!!!