O Nené das Corridas

Nené

Quem não se lembra do Nené, grande jogador da bola, avançado do Benfica e da Selecção Nacional, que marcava golos com aquele instinto assassino que poucos têm?

Pois bem, gostava eu que o epíteto de Nené das Corridas adviesse da possibilidade de ter tanto jeito para correr como o Nené tinha para marcar golos, mas não, infelizmente não é o caso…

Também tinha o Nené, a fama de manter a alvura dos seus calções intacta até ao fim do jogo, ou como vulgarmente se diz, não gostava de sujar os calções. 

E ganhei eu a fama (mas não o proveito), de não gostar de sujar os ténis (ou sapatilhas conforme a zona geográfica onde estejam).

Vem este intróito a propósito de uma dúvida que assola alguns atletas corredores, não diria mais vaidosos, mas antes preocupados na correcta manutenção do seu calçado (afinal são os ténis (talvez) o maior investimento do corredor): Devem-se ou não lavar os ténis na máquina de lavar roupa?

A opinião dos fabricantes em geral é unânime de que não, de que não se deve lavar os ténis na máquina de lavar roupa. Afirmam que os tecidos utilizados no fabrico dos mesmos não estão preparados para a lavagem na máquina, e que os materiais utilizados nas solas poderão perder características de amortecimento e resistência, pois não estão preparados para suportar os programas de centrifugação das máquinas de lavar roupa. Como alternativa sugerem a utilização de um pano húmido ou esponja e água fria para “lavar” os nossos ténis.

Por outro lado é do senso comum, que ao fim de umas dezenas ou centenas de quilómetros nas pernas, os ténis podem estar realmente sujos, cheios de pó, com manchas, esverdeadas das ervas, amareladas da areia, acastanhadas da lama, etc., etc., dependendo dos locais por onde se costuma treinar e correr. E isto não considerando os dias invernosos, onde se atravessam com frequência poças de água e lama, que sujam por si só as sapatilhas, ou as provas de trilhos onde os ténis podem chegar ao fim com cores completamente distintas das originais e mais num tom para o camuflado.
Confesso que, não por preguiça, mas por não achar prático nem eficiente, a última coisa que me apetece é “lavar” os meus ténis com um paninho húmido. Por isso mesmo utilizo a minha máquina de lavar roupa para lavar os ténis, mantê-los bonitos e cheirosos, e só não digo que ficam iguais a quando saíram da loja, porque todos eles têm já boas centenas de quilómetros em cima.
O meu “truque”: utilizar o programa de lavagem de água fria(não são 20 ou 30 graus, é mesmo água fria), e com a centrifugação mínima possível da máquina, no caso da minha 600 rpm. Nunca tive nenhum dissabor com este método; nem uma sola descolada, um buraco no tecido, uma palmilha partida. Também nunca senti nenhuma perda de performance após cada lavagem. É a minha experiência (e opinião) de que nestas condições não haverá degradação da qualidade do calçado de corrida. Mas, se se enganarem e colocarem uma lavagem de 90 graus, esperem por resultados tão desastrosos quanto divertidos de se verem no final da lavagem. Esperem qualquer coisa parecida com a desintegração total dos ténis!!!
A minha recomendação é de que se não confiam na vossa máquina de lavar roupa mas gostariam de lá experimentar lavar os vossos ténis de corrida, no lugar de experimentarem com os ténis acabadinhos de comprar e que têm uma pequena mancha, experimentem primeiro a vossa máquina com os ténis velhinhos que usam há anos, ou talvez que já nem usam para correr mas que ainda têm escondidos num canto qualquer lá de casa. Se o resultado for positivo arrisquem então depois com os ténis novos e topo de gama. 🙂
Obviamente isto é a minha opinião, e em caso de qualquer experiência menos bem-sucedida não aceito reclamações. 
experiência é e será sempre por vossa conta e risco.

Um golo, opss, abraço do Nené das Corridas!!! 😀

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